sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"Carta de Dona Lindu ao filho Luiz Inácio".
















Dona Lindu, mãe de Luiz Inácio Lula da Silva

Garanhuns 31 de dezembro de 2010.

Saudações

Meu filho Luiz Inácio espero que esta te encontre com saúde, muito tempo já passou depois daqueles dias de lutas e sofrimentos, que nunca foram exclusividade da nossa família, milhões de irmãos brasileiros sofreram e ainda sofrem como a gente, mas hoje sei que sofrem menos. Amanhã Luiz, tu estarás deixando a presidência do Brasil, só eu e Deus, sabemos o quanto foi difícil, não pela tua história igual a de milhões de brasileiros e brasileiras, mas pelo preconceito de uma minoria que durante anos e anos não olhava com amor para nosso povo.
Estou muito feliz meu filho, você chegou lá, representando esse povo sofrido e saiba Luiz, sei que fez o melhor que pode para ajudar o nosso povo. Luiz como estou emocionada meu filho, não vá chorar muito, apesar de saber que sua lágrima é sincera e de amor, e até isso deixa os que não amam e não conhecem o povo, com um sentimento que eu não sei muito bem definir. Parece um pouco com inveja misturada com raiva. Depois de tantos ricos, e doutores letrados ( é claro que todo mundo tem que estudar, mas sabe que naquela época isso era privilégio dos filho de gente rico) que governaram esse país não deram tanta oportunidade para os que mais precisavam e ainda precisam como seu governo. Fez o possível Luiz e o possível foi muito, deu início há um novo período, isso explica o aparente inexplicável preconceito que ainda sofre. Liga não, não é só com você filho, essa gente não sabe o o que é gente simples, as dores e a alegria do povo, acho que nunca irão entender, só pensam em dinheiro , só nisso, que é bom filho mas não é tudo, a vida, digna, respeito as pessoas, dormir em paz o sossegado com a alma tranquila é bem melhor.
Négócio de povo pras elites filho, isso é conversa, povo só da boca pra fora e em época de eleições.
Conhece a alma do povo filho quem sabe o que é povo. Mesmo que uma pessoa não seja ou tenha sido pobre, mas tenha solidariedade com as dores e os sofrimentos do povo e saiba vivenciar seus belíssimos momentos de alegria e partilhar dos seus desejos e sonhos por uma vida mais justa, ela será capaz de amar profundamente as pessoas por mais simples que elas sejam. Assim nunca fez nossas elites e o Brasil sempre sofreu com isso, vamos pra frente agora é outra história.
Sei que teve momentos difíceis filho, até mesmo de incompreensão de tua luta junto com seus companheiros(as) até pelas pessoas mais simples, te vi chorar dia atrás falando sobre isso em Recife filho, mas saiba que o povo compreendeu que você só tinha e têm um ojetivo na sua batalha , lutar para dar oportunidade para os que nunca a tiveram, conseguiu filho, pode olhar nos olhos dos meus netos e dizer com dignidade "o pai de vocês não se envergonha de ter lutado".
No teu governo Luiz (que foi nosso também, do povo) toda sua batalha foi recompensada, a luta não foi em vão. O povo melhorou de vida filho, é só olhar e vê. Hoje as pessoas vive como mais dignidade. Isso é muita coisa filho em um país deste tamanho em que milhões de pais e mães de família já tinham perdido até mesmo a esperança.
Filho como gostava de repetir que o desejo e que tua luta era para que "um trabalhador ou uma trabalhador tivesse com sua família o direito as três fereições diárias ", milhões já fazem isso filho, milhões já fazem e Dilma e seu governo que peço de novo Deus abençoe continuará para que mais nenhum irmão brasileiro passe fome filho.
Luiz, além das três refeições por dia e de ir a um restaurante com a criançada uma vez por mês, já estão vindo, os que moram no sul visitar seus parentes de avião aqui no Nordeste. É muita alegria Luiz, uma festa esse reencontro filho, desculpa fico emocionado só em pensar. Lembra as músicas do Luiz Gonzaga filho que escutávamos no rádio? É parecido com esse momento , parecida contigo e muitos de nossos irmãos que siram de suas terras pra construir esse Brasil:" minha vida é andar por esse país pra ver se um dia descanso feliz ..... bonito filho, são sou de chorar por qualquer coisa, mas me desculpa.
Nos próximos dias descansa um pouco meu filho, sei que é um pedido difícil, mas você já não é mais aquele molecote que saia brincando de baladeira ou jogando bola quase todo dia. Dá um forte abraço na Marisa (tua Galega), ela soube ter muita paciência e compreendeu tua luta e de todos que junto contigo na madrugada fria das portas de fábrica souberam que eram capazes de mudar o Brasil, nunca, nunca se esqueça deles e delas. Estou orgulhosa Luiz, como teu pai com certeza também estará, de onde estamos escutamos um grito tão forte que sai do fundo do peito dos teus irmãos, que são todos os brasileiros de que dizem “nós te amamos”.
Meu Caro Luiz rezo todo dia para que Deus ilumine Dilma essa guerreira, meus netos, teus irmãs e irmãs e todo o povo, para que continuem construindo um Brasil mais justo e democrático. Nem a cela da prisão, nem o grito de arrogância dos poderosos e a violência que levou a vida de muitos dos seus companheiros e companheiras foram capazes de parar sua luta e seu sonho de vê esse povo feliz. Cabeça erguida meu filho. Cabeça erguida, lutar como sempre fizemos apesar das dificuldades, nunca da pobreza, pois não se é pobre quando se constrói a vida com dignidade, honradez e decência. Temos sempre que lutar por dias melhores e não ficar só reclamando, sei que aprendeu bem a lição meu filho, e olha quanta humilhação e discriminação você foi vítima, não houve melhor resposta que sua própria história e hoje não tenha vergonha filho, comemore, você venceu.
Luiz muitos anos de vida, muita paz, pedir humildade de você seria exagero, mas não custa nada. Meu filho, que há muito tempo não é só meu, pois também é filho deste gigante lindo e maravilhoso que agora desperta chamado Brasil. que Deus te abençoe, muita paz e saúde. Saiba e não esqueça erguer os braços aos céus agradecer a Deus por ter te dado o diploma que nenhuma faculdade na terra te daria, que é o reconhecimento o carinho e amor de praticamente toda uma nação, desculpe a falsa modéstia filho, mas não é uma nação qualquer, posso até dizer apesar dos meus poucos conhecimentos por não ter alisado banco de escola que é uma nação continente. Que Deus me perdoe, mas que a partir de hoje esse país também pode ser chamada de o Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil do Povo. Feliz ano novo, muitos anos de vida um forte abraço e que Deus te abençoe.

Desculpas por essas linhas mal traçadas e um grande beijo da tua mãe Lindu.
Garanhuns (Caetés) – Pernambuco

Desejos sinceros. Feliz 2011.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tortura nunca mais.



















Painel em homenagem aos presos, troturados e desaparecidos. durante a ditadura civil-militar(1964-1984) Cujo seus restos mortais foram descobertos em valas comuns no Cemitério de Perus em São Paulo na gestão(1990-1993) da Guerreira Luiza Erundina de Souza.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

John Lennon. Imagine. Lutar por uma mundo novo, sempre.

Ouvir estrelas. Olavo Bilac

Ouvir Estrelas

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Resitência de Nuestra América.



















Maiores informaçõs sobre a palestra: “Os caminhos do Brasil em Nuestra América” com Emir Sader, acesse:http://www.fortaleza.ce.gov.br/op/index.php?option=com_content&task=view&id=171

Aqui com o sociólogo Emir Sader no Congresso Nacional do PT em Brasilia que lançou Dilma presidenta. Por uma nova América Latina, um novo mundo.

sábado, 27 de novembro de 2010

Um dos momentos mais belos e um dos discursos mais bonitos da nossa história.














Brizola convoca a resistência ao golpe. Discurso no rádio. Porto Alegre (1961)

21/08/1961


Em resposta ao veto dos ministros militares à posse de João Goulart na Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, convoca os gaúchos e os brasileiros a defenderem a Constituição. Entricheira-se no Palácio Piratini, mobiliza a Brigada Militar e, através da “Cadeia da Legalidade”, formada por dezenas de emissoras de rádio, convoca o país a resistir ao golpe. A firme atitude Brizola divide as Forças Armadas, com a adesão do poderoso III Exército, sediado no Sul e comandado pelo general Machado Lopes, à tese do respeito à Constituição. O discurso abaixo foi transmitido no dia 28 de agosto de 1961.

O DISCURSSO
“Peço a vossa atenção para as comunicações que vou fazer. Muita atenção. Atenção, povo de Porto Alegre! Atenção Rio Grande do Sul! Atenção Brasil! Atenção meus patrícios, democratas e independentes, atenção para estas minhas palavras!

Em primeiro lugar, nenhuma escola deve funcionar em Porto Alegre. Fechem todas as escolas. Se alguma estiver aberta, fechem e mandem as crianças para junto de seus pais. Tudo em ordem. Tudo em calma. Tudo com serenidade e frieza. Mas mandem as crianças para casa.

Quanto ao trabalho, é uma iniciativa que cada um deve tomar, de acordo com o que julgar conveniente. Quanto às repartições públicas estaduais, nada há de anormal. Os serviços públicos terão o seu início normal, e os funcionários devem comparecer como habitualmente, muito embora o Estado tolerará qualquer falta que, porventura, se verificar no dia de hoje.

Hoje, nesta minha alocução, tenho os fatos mais graves a revelar. O Palácio Piratini, meus patrícios, está aqui transformado em uma cidadela, que há de ser heróica, uma cidadela da liberdade, dos direitos humanos, uma cidadela da civilização, da ordem jurídica, uma cidadela contra a violência, contra o absolutismo, contra os atos dos senhores, dos prepotentes. No Palácio Piratini, além da minha família e de alguns servidores civis e militares do meu gabinete, há um número bastante apreciável, mas apenas daqueles que nós julgamos indispensáveis ao funcionamento dos serviços da sede do Governo. Mas todos os que aqui se encontram estão de livre e espontânea vontade, como também grande número de amigos que aqui passou a noite conosco e retirou-se, hoje, por nossa imposição.

Aqui se encontram os contingentes que julgamos necessários, da gloriosa Brigada Militar - o Regimento Bento Gonçalves e outras forças. Reunimos aqui o armamento de que dispúnhamos. Não é muito, mas também não é pouco para aqui ficarmos preocupados frente aos acontecimentos. Queria que os meus patrícios do Rio Grande e toda a população de Porto Alegre, todos os meus conterrâneos do Brasil, todos os soldados da minha terra querida pudessem ver com seus olhos o espetáculo que se oferece.

Aqui nos encontramos e falamos por esta estação de rádio, que foi requisitada para o serviço de comunicação, a fim de manter a população informada e, com isso, auxiliar a paz e a manutenção da ordem. Falamos aqui do serviço de imprensa. Estamos rodeados por jornalistas, que teimam, também, em não se retirar, pedindo armas e elementos necessários para que cada um tenha oportunidade de ser também um voluntário, em defesa da legalidade.

Esta é a situação! Fatos os mais sérios quero levar ao conhecimento dos meus patrícios de todo o País, da América Latina e de todo o mundo. Primeiro: ao me sentar aqui, vindo diretamente da residência, onde me encontrava com minha família, acabava de receber a comunicação de que o ilustre General Machado Lopes, soldado do qual tenho a melhor impressão, me solicitou audiência para um entendimento. Já transmiti, aqui mesmo, antes de iniciar minha palestra, que logo a seguir receberei S. Ex.a com muito prazer, porque a discussão e o exame dos problemas é o meio que os homens civilizados utilizam para solucionar os problemas e as crises. Mas pode ser que essa palestra não signifique uma simples visita de amigo. Que essa palestra não seja uma aliança entre o poder militar e o poder civil, para a defesa da ordem constitucional, do direito e da paz como se impõe neste momento, como defesa do povo, dos que trabalham e dos que produzem, dos estudantes e dos professores, dos juízes e dos agricultores, da família. Todos, até as nossas crianças desejam que o poder militar e o poder civil se identifiquem nesta hora para vivermos na legalidade. Pode significar, também, uma comunicação ao Governo do Estado da sua deposição. Quero vos dizer que será possível que eu não tenha oportunidade de falar-vos mais, que eu nem deste serviço possa me dirigir mais, comunicando esclarecimentos à população. Porque é natural que, se ocorrer a eventualidade do ultimato, ocorrerão, também, conseqüências muito sérias. Porque nós não nos submeteremos a nenhum golpe, a nenhuma resolução arbitrária. Não pretendemos nos submeter. Que nos esmaguem! Que nos destruam! Que nos chacinem, neste Palácio! Chacinado estará o Brasil com a imposição de uma ditadura contra a vontade de seu povo. Esta rádio será silenciada tanto aqui como nos transmissores. O certo porém é que não será silenciada sem balas. Tanto aqui como nos transmissores estamos guardados por fortes contingentes da Brigada Militar.


Assim, meus amigos, meus conterrâneos e patrícios ficarão sabendo por que esta rádio silenciou. Foi porque ela foi atingida pela destruição e porque isso ocorreu contra a nossa vontade. E quero vos dizer por que penso que chegamos a viver horas decisivas.

Muita atenção, meus conterrâneos, para esta comunicação. Ontem à noite o Sr. Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denys, soldado no fim de sua carreira, com mais de 70 anos de idade, e que está adotando decisões das mais graves, as mais desatinadas, declarou através do "Repórter Esso" que não concorda com a posse do Sr. João Goulart, que não concorda que o Presidente constitucional do Brasil exerça suas funções legais! Porque, diz ele numa argumentação pueril e inaceitável, isso significa uma opção entre comunismo ou não. Isso é pueril, meus conterrâneos! Isso é pueril, meus patrícios! Não nos encontramos nesse dilema. Que vão essas ou aquelas doutrinas para onde quiserem. Não nos encontramos entre uma submissão à União Soviética ou aos Estados Unidos. Tenho uma posição inequívoca sobre isto. Mas tenho aquilo que falta a muitos anticomunistas exaltados deste País, que é a coragem de dizer que os Estados Unidos da América, protegendo seus monopólios e trustes, vão espoliando e explorando esta Nação sofrida e miserabilizada. Penso com independência. Não penso ao lado dos russos ou dos americanos. Penso pelo Brasil e pela República. Queremos um Brasil forte e independente. Não um Brasil escravo dos militaristas e dos trustes e monopólios norte-americanos. Nada temos com os russos. Mas nada temos também com os americanos, que espoliam e mantêm nossa Pátria na pobreza, no analfabetismo e na miséria.

Esses que muito elogiam a estratégia norte-americana querem submeter nosso povo a esse processo de esmagamento. Mas isso foi dito pelo Ministro da Guerra. Isso quer dizer que S. Ex.a tomará todas as medidas contra o Rio Grande. Estou informado de que todos os aeroportos do Brasil, onde pousam aviões internacionais de grande porte, estão guarnecidos e com ordem de prender o Sr. João Goulart no momento da descida. Há pouco falei, pelo telefone, com o Sr. João Goulart, em Paris, e disse a ele que todas as nossas palestras de ontem foram censuradas. Tenho provas. Censuradas nos seus efeitos, mas a rigor. A companhia norte-americana dos telefones deve ter gravado e transmitido os termos de nossas conversas para essas forças de segurança. Hoje eu disse ao Sr. João Goulart: "Decides de acordo com o que julgares conveniente. Ou deves voar, como eu aconselho, para Brasília, ou para um ponto qualquer da América Latina. A decisão é tua! Deves vir diretamente a Brasília, correr o risco e pagar para ver. Vem. Toma um dos teus filhos nos braços. Desce sem revólver na cintura, como um homem civilizado. Vem como para um País culto e politizado como é o Brasil e não como se viesse para uma republiqueta, onde dominam os caudilhos, as oligarquias que se consideram todo-poderosas. Voa para o Uruguai, então, essa cidadela da liberdade, aqui pertinho de nós, e aqui traça os teus planos, como julgares conveniente".

Vejam, meus conterrâneos, se não é loucura a decisão do Ministro da Guerra. Vejam, soldados do Brasil, soldados do III Exército! Comandante, General Machado Lopes! Oficiais, sargentos e praças do III Exército, guardiães da ordem da nossa Pátria. Vejam se não é loucura. Esse homem está doente! Esse homem está sofrendo de arteriosclerose ou outra coisa. A atitude do Marechal Odílio Denys é uma atitude contra o sentimento da Nação. Contra os estudantes e intelectuais, contra o povo, contra os trabalhadores, contra os professores, juízes, contra a Igreja. Ainda há pouco, conversando com S. Exa Rev.ma., Arcebispo D. Vicente Scherer, recebi a comunicação de que todos os cardeais do Brasil haviam decidido lançar proclamação pela paz, pela ordem legal, pela posse a quem constitucionalmente cabe governar o Brasil, pelo voto legítimo de seu povo. Essa proclamação está em curso pelo País. As Igrejas protestantes, todas as seitas religiosas clamam por paz, pela ordem legal. Não é a ordem do cemitério ou a ordem dos bandidos. Queremos ordem civilizada, ordem jurídica, a ordem do respeito humano. É isso.

Vejam se não é desatino. Vejam se não é loucura o que vão fazer. Podem nos esmagar, num dado momento. Jogarão o País no caos. Ninguém os respeitará. Ninguém terá confiança nessa autoridade que será imposta, delegada de uma ditadura. Ninguém impedirá que este País, por todos os seus meios, se levante lutando pelo poder. Nas cidades do interior surgirão as guerrilhas para defesa da honra e da dignidade, contra o que um louco e desatinado está querendo impor à família brasileira. Mas confio, ainda, que um homem como o General Machado Lopes, que é soldado, um homem que vive de seus deveres, como centenas, milhares de oficiais do Exército, como esta sargentada humilde, sabe que isso é uma loucura e um desatino e que cumpre salvar nossa Pátria. Tenho motivos para vos falar desta forma, vivendo a emoção deste momento, que talvez seja, para mim, a última oportunidade de me dirigir aos meus conterrâneos. Não aceitarei qualquer imposição.

Desde ontem organizamos um serviço de captação de notícias por todo o território nacional. É uma rede de radioamadores, num serviço organizado. Passamos a captar, aqui, as mensagens trocadas, mesmo em código e por teletipos, entre o III Exército e o Ministério da Guerra. As mais graves revelações quero vos transmitir. Ontem, por exemplo - vou ler rapidamente, porque talvez isso provoque a destruição desta rádio -, o Ministro da Guerra considerava que a preservação da ordem "só interessa ao Governador Brizola". Então, o Exército é agente da desordem, soldados do Brasil?! É outra prova da loucura! Diz o texto: "É necessário a firmeza do III Exército para que não cresça a força do inimigo potencial".

Eu sou inimigo, meus conterrâneos?! Estou sendo considerado inimigo, meus patrícios, quando só o que queremos é ordem e paz. Assim como esta, uma série de outras rádios foi captada até no Estado do Paraná, e aqui as recebemos por telefone, de toda a parte. Mais de cem pessoas telefonaram e confirmaram. Vejam o que diz o General Orlando Geisel, de ordem do Marechal Odílio Denys, ao III Exército: "Deve o Comandante do III Exército impedir a ação que vem desenvolvendo o Governador Brizola"; "deve promover o deslocamento de tropas e outras medidas que tratam de restituir o respeito ao Exército"; "o III Exército deve agir com a máxima urgência e presteza"; "faça convergir contra Porto Alegre toda a tropa do Rio Grande do Sul que julgar conveniente"; "a Aeronáutica deve realizar o bombardeio, se for necessário"; "está a caminho do Rio Grande uma força-tarefa da Marinha de Guerra", e "mande dizer qual o reforço de que precisa". Diz mais o General Geisel: "Insisto que a gravidade da situação nacional decorre, ainda, da situação do Rio Grande do Sul, por não terem, ainda, sido cumpridas as ordens enviadas para coibir ação do Governador Brizola".

Era isto, meus conterrâneos. Estamos aqui prestes a sofrer a destruição. Devem convergir sobre nós forças militares para nos destruir, segundo determinação do Ministro da Guerra. Mas tenho confiança no cumprimento do dever dos soldados, oficiais e sargentos, especialmente do General Machado Lopes, que, esperamos, não decepcionará a opinião gaúcha. Assuma, aqui, o papel histórico que lhe cabe. Imponha ordem neste País. Que não se intimide ante os atos de banditismo e vandalismo, ante esse crime contra a população civil, contra as autoridades. É uma loucura.

Povo de Porto Alegre, meus amigos do Rio Grande do Sul! Não desejo sacrificar ninguém, mas venham para a frente deste Palácio, numa demonstração de protesto contra essa loucura e esse desatino. Venham, e se eles quiserem cometer essa chacina, retirem-se, mas eu não me retirarei e aqui ficarei até o fim. Poderei ser esmagado. Poderei ser destruído. Poderei ser morto. Eu, a minha esposa e muitos amigos civis e militares do Rio Grande do Sul. Não importa. Ficará o nosso protesto, lavando a honra desta Nação. Aqui resistiremos até o fim. A morte é melhor do que vida sem honra, sem dignidade e sem glória. Aqui ficaremos até o fim. Podem atirar. Que decolem os jatos! Que atirem os armamentos que tiverem comprado à custa da fome e do sacrifício do povo! Joguem essas armas contra este povo. Já fomos dominados pelos trustes e monopólios norte-americanos. Estaremos aqui para morrer, se necessário. Um dia, nossos filhos e irmãos farão a independência do nosso povo!

Um abraço, meu povo querido! Se não puder falar mais, será porque não me foi possível! Todos sabem o que estou fazendo! Adeus, meu Rio Grande querido! Pode ser este, realmente, o nosso adeus! Mas aqui estaremos para cumprir o nosso dever.”

Do site:http://www.franklinmartins.com.br


Um dueto histórico Raimundo Fagner e Roberto Carlos. Mucuripe.

Um obra de arte, poética, sensibilidade e prazer.

Pão e poesia
Fausto Nilo e Moraes Moreira


Felicidade
É uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que se ilumina
Quando a gente quer amar
Se a vida fosse trabalhar
Nessa oficina
Fazer menino ou menina
Edifício e maracá
Virtude e vício
Liberdade e precipício
Fazer pão, fazer comício
Fazer gol e namorar
Se a vida fosse o meu desejo
Dar um beijo em teu sorriso
Sem cansaço
E o portão do paraíso
É teu abraço
Quando a fábrica apitar
Não há passagem
Entre o pão e a poesia
Entre o quero e o não queria
Entre a terra e o luar
Não é na guerra
Nem a saudade
Nem futuro
É o amor no pé do muro
Sem ninguém policiar
É a faculdade de sonhar
É a poesia que principia
Quando eu paro de pensar
Pensa na luta desigual
Na força bruta, meu amor
Que te maltrata
Entre o almoço e o jantar
O lindo espaço
Entre a fruta e o caroço
Quando explode é um alvoroço
Que distraiu o teu olhar
É a natureza onde eu apareço
Metade da tua mesma vontade
Escondida em outro olhar
E como doce
Não esconde a tamarinda
Essa beleza só finda
Quando a outra começar
Vai ser bem feito
Nosso amor daquele jeito
Nesse dia é feriado
Não precisa trabalhar
Pra não dizer
Que eu não falei da fantasia
Que acaricia o pensamento popular
O amor que fica entre a fala
E a tua boca
Nem mesmo a palavra mais louca
Consegue significar felicidade
Felicidade
É uma cidade pequenina
É uma casinha, é uma colina
Qualquer lugar que ilumina

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Uma homenagem ao dia da música. Acho que está de bom tamanho. Chico e Milton.

Resistência a escravidão. Viva Castro Alves. Belíssima poesia

















A cruz da estrada

Catro Alves

Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a em paz dormir na solidão.


Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vais espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.


É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs.


Não precisa de ti. O gaturamo
Geme, por ele, à tarde, no sertão.
E a juriti, do taquaral no ramo,
Povoa, soluçando, a solidão.


Dentre os braços da cruz, a parasita,
Num abraço de flores, se prendeu.
Chora orvalhos a grama, que palpita;
Lhe acende o vaga-lume o facho seu.


Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.


Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dilma companheira presidenta fala no Diretório Nacional do PT.

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Sempre no combate ao preconceito e a discriminação. Viva Zumbi, João Cândido e tantos mais negros e negras.














Joâo Cândido o Almirante Negro

100 Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão (1988)
Mangueira (RJ)

O negro samba negro joga capoeira
Ele é o rei, na verde e Rosa da Mangueira
O negro samba negro joga capoeira
Ele é o rei, na verde e Rosa da Mangueira, será?
Será que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será, que a lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade, onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço não se esqueça que o negro
Também construiu, as riquezas do nosso Brasil
Moço não se esqueça que o negro
Também construiu, as riquezas do nosso Brasil, pergunte
Pergunte ao Criador,pergunte ao criador quem pintou estaaquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela,
Pergunte ao Criador, pergunte ao criador quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela, sonhei
Sonhei….que Zumbi dos Palmares voltou tristeza do negro acabo
Foi uma nova redenção
Senhor, ai senhor
Eis a luta do bem contra o mal
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial
Senhor, ai senhor
Eis a luta do bem contra o mal
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial
O negro samba negro joga capoeira

domingo, 14 de novembro de 2010

É bonita, é bonita e é bonita. Gonzaguinha genial.

Desejos. Uma do mestre Carlos Drumond.

























Desejos

Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nossa homenagem aos 103 anos de Valdemar Caracas.














Uma lenda viva*

Não podemos chamar a chegada de nenhum ser humano aos cem anos meramente de aniversário. É reduzir demais essa magnífica vitória alcançada por poucos sobre o impiedoso tempo. Não é fácil chegar a essa marca. São cem anos, cem carnavais, cem janeiros. É obvio que as marcas indeléveis do passar dos anos aparecem inevitavelmente, às vezes de forma muito dura. Na maioria das vezes, passamos a não enxergar mais tão bem, a audição a não funcionar como antes e o andar já não é tão lépido como em outros tempos.

Não podemos negar, no entanto que, se o feito por si só já é um grande acontecimento, imagine atingir essa magnânima marca em forma? Isso mesmo, em forma! Mesmo sem os olhos e ouvidos não terem a perfeição de antes, ouvir e enxergar como nunca, por se fazer isso com o coração. Falar com firmeza, porque a voz que vem da alma, marcada pela experiência de tão longeva caminhada dedicada ao trabalho e as paixões, a faz soar como um libelo de exaltação a vida.

Tudo isso agregado a uma lucidez de impressionar e a uma memória de fazer inveja a muita gente na flor da idade, fazem de um homem uma lenda e, o mais interessante: uma lenda viva, vivíssima.

Alguns feitos falam por si. A lenda da qual nos referimos dentre outras peripecias é só, e simplesmente, o fundador do mais simpático time do nosso futebol (ninguém de sã consciência é capaz de contrariar essa afirmação). Aqui, não vou negar, a paixão é comum. O Ferroviário é filho do seu Caracas, que com seus colegas operários ofereceram a humanidade não um time de futebol, mas uma oportunidade rara de sermos felizes em tempos tão cheios de desamor e violência. E não me refiro ao mero e aqui menos importante ganhar ou perder. Aliás, já faz tempo que o Ferrim (ou Ferrão) não ganha nada mesmo. Portanto, não entremos nessa seara. Estamos falando é de paixão!

Não bastando a proeza, o nosso secular cidadão foi também o primeiro treinador a ganhar um titulo estadual para o time da Estrada de Ferro. O Caracol (outra alcunha do centenário homenageado) também é o vereador vivo mais antigo de Fortaleza, fundador do Partido Socialista Brasileiro no Ceará, o mais velho aposentado da previdência do Estado, ex sub-prefeito de Parangaba, primeiro cronista esportivo do Ceará, esposo apaixonado por sua saudosa Anete (in memorian), grande amigo, pai, avô, bisavô, dedicado e carinhoso a todos que privam do seu convívio.

Por tudo dito até aqui, e por muito mais que não cabe neste artigo, rendo as mais profundas homenagens em seu centenário a Valdemar Cabral Caracas: homem comum que transcendeu o anonimato. Não pelo forjado culto individualista e mercadológico a falsas “lendas” e "mitos" criados a cada instante pela sociedade do consumo; mas por trazer na alma a simplicidade, a coerência e a honestidade tão características da nossa gente, tão bem simbolizadas pela sua história que, para nossa alegria, atravessa um século.

Antonio Carlos de Freitas Souza - Professor, radialista, cronista esportivo (membro da Abrace e Apcdec)

*Publicado no jornal O Povo em novembro de 2007 por ocasião dos 100 anos de Valdemar Caracas naquele ano. Resgatamos o texto pela sua atualidade. Onde se ler 100 favor leia-se 103. Vida longa para nosso querido Caracol.

sábado, 24 de julho de 2010

A atualidade da democracia participativa.

A luta pela conquista do 3º mandato presidencial pelo PT expressa também a construção de um programa de avanço da experiência de governo desenvolvida nos últimos 8 anos. Nesse programa – que condensa as conquistas atuais e as expectativas de novas conquistas – a questão democrática deve ter um lugar central.

Carlos Henrique Árabe *

A companheira Dilma Rousseff, em seu discurso na Convenção Nacional do PT, considerou que é vital, para o Brasil, uma reforma política que corrija vícios e distorções, que garanta transparência, fortalecimento dos partidos, que estimule o debate público e a participação popular.

Um novo espaço público

O Estado que assumimos ao vencer as eleições de 2002 já passou por mudanças importantes. Elas implicaram numa ampla recomposição do sistema estatal de planejamento (cujo maior destaque é o PAC), de produção (com o fim da privatização e a recuperação de empresas estratégicas para o desenvolvimento) e de financiamento (com o fortalecimento e novo papel do BNDES e dos bancos públicos).

No campo da participação política, também tivemos avanços significativos. Dentre eles, destaca-se a relação democrática com as centrais sindicais, que passaram a intervir na política do salário mínimo e na previdência. Num quadro de crescimento do emprego e de valorização do salário-mínimo, a CUT, sobretudo, ganhou força e tem assumido um papel importante na cena política. No âmbito da agricultura familiar e reforma agrária, o diálogo com as entidades e movimentos dos trabalhadores tornou-se permanente. No campo das políticas públicas, abriu-se um novo espaço de participação democrática através das conferências nacionais. Foram quase 70, em temas como educação, cultura, comunicação. Esse processo sugere novos avanços qualitativos na democratização do país.

A alta aprovação popular ao governo reflete, em grande medida, a redução da pobreza e a distribuição de renda em favor das parcelas mais pobres. Dilma defende eliminar definitivamente a pobreza absoluta em um prazo bastante curto. Combinada com a universalização das políticas públicas, estamos frente à possibilidade de uma inclusão social ainda mais ampla que a que tivemos nos últimos 8 anos.

Qual o potencial democrático dessa conquista? Essa questão fundamental vem sendo tratada nas análises do companheiro André Singer – vide sua entrevista na revista Teoria e Debate, maio-junho/2010 – com importantes sugestões de novas conquistas democráticas na participação popular. Ele chama a atenção para o fenômeno político de ampliação das bases tradicionais do PT – e, mais propriamente, do lulismo – em direção ao que denomina subproletariado, o que vai muito além da sua inclusão social. Na mesma Teoria e Debate, o companheiro Gustavo Venturi mostra os efeitos, para o PT, dessa nova realidade. A base social do partido vai se alargando exatamente junto aos setores mais pobres ao mesmo tempo em que volta a crescer como partido de maior referência para os trabalhadores e a população pobre.

Bases para um salto qualitativo

Esses elementos, que, naturalmente, podem ser ampliados e ganhar novas análises – e, nesse sentido, constituir-se num campo de formulação de novas propostas –, compõem um renovado potencial democrático para o nosso projeto. Já vemos na campanha a “força do povo” expressando-se em ampla adesão à candidatura Dilma, e comportando-se com enorme autonomia frente aos meios de comunicação conservadores. A campanha do PT deverá reforçar essa dinâmica de apoio e participação popular na conquista do 3º mandato presidencial e nas conquistas de governos estaduais e bancadas. E também ampliará o grau de simpatia popular ao próprio partido, reforçando a união das bases sociais de trabalhadores e setores pobres. Nesse contexto, a defesa de uma plataforma especificamente democrática ganha muita força e é um complemento obrigatório ao programa econômico e social.

Um dos objetivos do PT é o de, na campanha, ganhar legitimidade e hegemonia para a reforma política. Pelas experiências anteriores, para adquirir esse sentido, ela tem de significar mais que uma reforma da representação política e avançar para uma reforma democrática do Estado com ampla participação social. Ao mesmo tempo, trata-se de não subestimar o potencial de participação política desencadeado pela nossa experiência de governo. Trata-se, ao contrário, de, além de buscar sua máxima expressão eleitoral, construir novos e possíveis desenvolvimentos democráticos no país.

Desafios programáticos

De um ponto de vista mais largo, temos o desafio de atualizar e desenvolver nosso programa democrático. Nossas experiências anteriores, como a do orçamento participativo, são referências necessárias e insubstituíveis para novas elaborações e aprendizados para a democracia participativa em escala nacional. Além do desafio da mudança de escala – passando do nível local ou estadual para o de país – temos o da nova participação social. A ampla inclusão social refere-se a uma enorme parcela da população com pouca ou nenhuma experiência de organização. Mas que, ao que parece, aprende rápido e pode desenvolver novas práticas democráticas (que, em uma perspectiva histórica, não serão “doadas” mas, em grande medida, “inventadas” por elas próprias).

Assim, estamos frente a um novo e bom problema. Em relação a ele não basta repetir o que já fizemos, por melhor que tenhamos feito. Esse aprendizado teórico e prático da democracia participativa é uma base fundamental para desenvolver o potencial político que está sendo construído em conjunto com a luta pela conquistas eleitorais em curso.

* Carlos Henrique Árabe é secretário nacional de formação política do PT.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fortaleza Bela e a geração de empregos. Enquanto os cães ladram....

Sustentabilidade e empregos.

Depois de décadas de elevado desemprego, estamos assistindo a uma impressionante recuperação do mercado de trabalho. Nem mesmo a crise de 2009 conseguiu frear essa tendência. Isto não é produto do acaso, e sim fruto do planejamento público e de políticas sociais.
No governo Lula, tivemos a recuperação dos níveis dos investimentos, expansão dos programas de distribuição de renda e elevação do salário mínimo. Como resultado, obtivemos expansão do mercado interno e recuperação do emprego formal. Em sete anos, de acordo com os dados Rais/Caged, foram cerca de 10 milhões de novos empregos formais.

Na gestão Luizianne Lins, o planejamento focado nas vocações da cidade potencializou a geração de empregos. Foram 153 mil novos empregos de 2005 a 2009, com ênfase nos setores de serviços, comércio e administração pública, através de políticas direcionadas.

Ao preservar ativos ambientais e garantir desenvolvimento sustentável, ampliou-se a capacidade de crescimento local da atividade turística, que gerou mais de 13 mil empregos formais, além de fomentar a cadeia produtiva do artesanato, da economia solidária e do comércio. A vocação local para o comércio foi confirmada por 3 mil novos empregos.

O conjunto de obras públicas, tais como Transfor, habitação popular, recuperação da orla, Cuca, Hospital da Mulher e Vila do Mar, ajudou a alavancar o desempenho da construção civil, que gerou 20 mil novos empregos. A combinação dessas ações aliada à promoção de grandes eventos artístico-culturais reforçou a geração de empregos de forma sustentável e endógena.

Está posto o desafio de reforçar o modelo de desenvolvimento do séc. XXI no qual qualidade de vida está associada às atividades econômicas ambientalmente sustentáveis e socialmente justas. Isto requer a mudança das mentalidades ainda aprisionadas aos velhos modelos industriais do século passado.

Alfredo Pessoa – Secretário de Planejamento e Orçamento da Prefeitura de Fortaleza.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Homenagem da Companheira Ticiana Studart por ocasião da minha Cidadania Fortalezense. Grato











Hoje é um dia muito importante pra toda(o) militante da Democracia Socialista do Ceará. Porque nosso Camarada, amigo, dirigente e Pré Candidato a Deputado Estadual, meu querido Antônio Carlos, vai receber, merecidamente, o Título de Cidadão de Fortaleza pela "augusta" Câmara Municipal.
Ele veio pra cá ainda menino, saído da terra da deliciosa cachaça Mangueira, no estado-irmão do Piauí. Tomou Fortaleza como sua casa, vivendo no Benfica, bairro que abriga o os redutos de esquerda da cidade, como partidos políticos,sindicatos e entidades estudantis, mas também muitas esquinas e bares, repletos de poesia e vida pulsante. Por isso ele sintetiza tão bem a energia benfiqueana: boêmia e política.
Dirigente do movimento estudantil, assessor parlamentar, ouvidor geral do município, vice presidente do PT Ceará. Lembro-me que quando o conheci, soube que ele chegou a trocar correspondências com o Presidente Lula.
Antônio Carlos é a expressão de muitas vozes. Aquelas vindas da juventude, suas lutas e rebeldia. A voz do povo, que luta diariamente por vida melhor e têm encontrado êxito no governo do Presidente Lula. A voz das mulheres, homossexuais, negros/as e índios/as e todos/as aqueles que lutam por igualdade e liberdade. A voz da classe trabalhadora, do campo e da cidade. A voz do Projeto Político encabeçado pela companheira Luizianne, que tem mudado, significativamente, a vida do povo de Fortaleza para melhor. A voz do ferrão, dos bares, das livrarias, das universidades, voz dos/as bêbados(as), loucos(as), poetas, sonhadores(as), idealistas, guerreiros(as), a Voz da Nossa Gente, honesta, lutadora, ética e libertária!
A Fortaleza guerreira, bela e mulher, como ele cantou em seu poema de amor à cidade, oficializa hoje o título de um cidadão que já é seu, por aquilo que ele já fez e também cantou em prosas e versos dedicados a ela. E que venha o título de cidadão do Ceará. Sugiro que venha da manifestação do nosso povo, elegendo-o como nosso representante na Assembléia Legislativa.

Texto escrito no dia 10/6/2010 por ocasião da entrega do título de Cidadão de Fortaleza ao militante e dirigente petista Antonio Carlos de Freitas Souza.

Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas será em Brasília

A ideia do Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas nasceu em maio. Sugerida por Luiz Carlos Azenha, foi aprovada durante o lançamento, em São Paulo, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

por Conceição Lemes

No final de maio, tivemos uma primeira conversa, da qual participaram o próprio Azenha, Altamiro Borges, Eduardo Guimarães, Rodrigo Vianna e eu. Azenha lançou a ideia no Viomundo. A receptividade foi excelente. Tivemos, aqui, mais de 400 comentários. Fora a acolhida calorosa em vários outros blogs.

Resultado: o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas é indispensável, imperioso e vai sair, sim.

Tivemos, ontem, a segunda reunião. Foi na sede do Conversa Afiada. Participaram Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), Altamiro Borges (do Barão de Itararé e do blog do Miro), Conceição Oliveira (Maria-Fro), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Diego Casaes (Global Voices) e eu (do Viomundo, representando também o Azenha, derrubado por uma tremenda gripe).

Avançamos alguns pontos. Ficou decidido que:

1) O Encontro Nacional de Blogueiros será em Brasília. A opção se deveu a dois motivos: fugir do eixo Rio-São Paulo; os vôos de todas as regiões do Brasil passam por lá, o que facilitará a da vida dos blogueiros.

2) Ocorrerá, provavelmente, nos dias 20 (abertura à noite), 21 e 22 de agosto. Como ainda estamos estudando a viabilidade de oferecer ao menos acomodações e passagens, até o início de julho bateremos o martelo sobre a data definitiva.

3)A organização ficará a cargo do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

4) Na programação, haverá mesas redondas com palestras de grandes blogueiros do país. Algumas já propostas: os rumos da internet no Brasil; marco regulatório (mesa na qual serão discutidas a legislação atual, a necessidade de aprimorá-la e as tentativas de amordaçar alguns espaços críticos); e experiências de blogueiros de vários estados do Brasil.

5) Haverá, também, oficinas para ensinar blogueiros a otimizarem os recursos da internet. Por exemplo, twitter, produção de vídeos e de rádio web.

6)Transmissão do evento pela internet. Como há possibilidade de as oficinas ocorrerem simultaneamente, a ideia é gravar todas para que depois possam ser acessadas por todos os participantes e blogueiros de qualquer parte do país. O objetivo é o de que as oficinas se transformem em conteúdo, mesmo.

7) A necessidade de buscar patrocínios, para tornar viável o encontro e ter maior número de participantes.

8) Abertura de uma lista para troca de ideias — por exemplo, sugestão de convidados, programação, oficinas, viabilização financeira, entre outras.

Esses são os primeiros passos, elaborados com ajuda de vocês. A intenção é a de que o encontro não olhe para o próprio umbigo, mas reflita preocupações de blogueiros com os vários sotaques do Brasil. Também pedimos a cada um que nos ajude a aperfeiçoar instrumentos que atendam às necessidades dos blogueiros e dos próprios brasileiros.

Sugestões serão muito bem-vindas. Afinal, o objetivo de todos nós é contribuir para a democratização dos meios de comunicação e fortalecer as mídias alternativas no país.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Imagem histórica.

















No Paço Municipal Maria Luiza(prefeita há época), populares, guardas municipais, servidores e servidoras, Dom Aloisio e Dom Helder. Simplesmente demais.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vice-presidente do PT Ceará recebe título de cidadão fortalezense







O professor Antonio Carlos receberá o título na próxima quinta-feira, 10, a partir das 19h, no Plenário da Câmara Municipal.

O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores do Ceará (PT-CE), Antonio Carlos de Freitas, recebe da Câmara Municipal de Fortaleza o título de “Cidadão de Fortaleza”. A entrega da titulação será no próximo dia 10 de junho, a partir das 19hs, no plenário da casa.

Concedido por unanimidade pela Câmara, o título ao professor e radialista, Antônio Carlos, é o reconhecimento de uma trajetória de vida marcada por lutas e dedicação à Fortaleza. A iniciativa da homenagem é do vereador Mário Hélio (PMN).

Nascido em Floriano, no Piauí, Antonio Carlos iniciou sua militância política em Fortaleza, participando ativamente do movimento estudantil, durante os anos de 1980. Ex- Ouvidor geral do Município e assessor especial do gabinete da prefeita, foi também assessor político e de educação dos mandatos de vereadora e deputada estadual da atual prefeita Luizianne Lins, tendo atuado como um dos coordenadores da Comissão Interinstitucional de Defesa à Educação.

Professor de Filosofia e História, concursado da rede estadual, Antônio Carlos, integra o Partido dos Trabalhadores desde 1989, do qual já foi membro do Diretório Municipal do PT-Fortaleza e hoje é vice-presidente da Executiva Estadual do partido onde já exerceu os cargos de Secretário de Formação e Secretário Geral.

SERVIÇO: Entrega do de Título de “Cidadão de Fortaleza” a Antonio Carlos de Freitas, dia 10 de junho, às 19hs, no Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza (Rua Thompson Bulcão, 830, Luciano Cavalcante).

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Viva a diversidade.



















Com o presidente da ABGLT o camarada Toni Reis e a companheira Dediane do GRAB.

sábado, 5 de junho de 2010

Defender uma nova sociedade e a natureza sem medo de ser socialista. Chico Mendes. Presente.


“Atenção jovem do futuro,

6 de Setembro do ano de 2120, aniversário ou centenário da Revolução Socialista Mundial, que unificou todos os povos do planeta num só ideal e num só pensamento de unidade socialista que pôs fim a todos os inimigos da nova sociedade. Aqui fica somente a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte.

Desculpem…Eu estava sonhando quando escrevi estes acontecimentos; que eu mesmo não verei mas tenho o prazer de ter sonhado.”

Viva o meio ambiete. Matança Xangai

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O balanço de maio da campanha: descendo a Serra



















O balanço de maio da campanha: descendo a Serra

O desenrolar da campanha em maio reverteu a tendência predominante em abril e recolocou os termos da campanha nos meses anteriores: crescimento da Dilma, às custas dos que tinham dito que votariam pelo candidato de Lula, mas que ainda expressavam seu voto pelo Serra. Até pesquisas que, de uma ou outra maneira, não refletiam ainda o empate técnico, com tendência a clara subida da Dilma e do descenso do Serra. Os efeitos das pesquisas não foi o da constatação do empate, mas a definição clara da tendência a que a Dilma já esteja liderando hoje ou que tende a liderar as pesquisas futuras.

A avaliação da candidatura da Dilma é que a identificação dela com o Lula é o fator fundamental do crescimento dela e da baixa do Serra. A avaliação da candidatura do Serra é que a super exposição da Dilma junto com o Serra teria sido a causa, que teria em uma exposição intensa do Serra em junho, a resposta.

O certo é que se esgotou a primeira imagem tentada pelo Serra: a de tentar reter votos que apóiam ao governo, tratando de passar por o melhor continuador dele, baseado no “pode mais”. Depois de certo desconcerto, o Serra se deu conta que o fortalecimento do consenso em torno do Lula e a projeção cada vez maior da identificação deste com a Dilma, não o favorecia e não impedia a sangria de votos para a candidata do governo.

Serra teve que fazer o que buscava evitar: ser o anti-Lula. Foi rapidamente adotando a receita tradicional da direita: segurança e diminuição dos impostos. A promessa da criação de um Ministério da Segurança e os ataques à Bolívia representam a tentativa de explorar o viés conservador de setores da classe média, para o que também converge a promessa de diminuir impostos – sem dizer de que setores cortaria a tributação.

O mais significativo da virada nas preferências do eleitorado na campanha foi a perda de iniciativa do Serra, que passou a responder a políticas do governo e a propostas da Dilma. Foi assim que destemperou seu ânimo contra a política externa (Mercosul, Venezuela, Irã, Bolívia), revelando um provincianismo, que revela uma incompreensão do que é o mundo de hoje, dos sucessos inquestionáveis da política externa brasileira e do desastre que seria uma política baseada nas afirmações dele (muito propriamente chamado de “exterminador do futuro” por Marco Aurélio Garcia).

Serra foi acumulando posições erráticas e revelando seu gênio descontrolado e centralizador (por enquanto já acumula, além da presidência da república, a do Banco Central e da Sudene, em um eventual governo seu, além de decidir sozinho sua agenda). Sua campanha entrou em crise, conforme ele foi cedendo aos setores mais à direita no seu bloco, em particular ao DEM, que acredita que devem radicalizar contra Lula e Dilma. Revelou o incômodo da sua candidatura diante do sucesso do Lula e da projeção da Dilma como a principal responsável por esse sucesso e como não é fácil assumir um pós-Lula sem ser, ao mesmo tempo, um anti-Lula.

Serra continua a contar com o monopólio dos meios de comunicação – que o governo não conseguiu quebrar, revelando o fracasso da sua política de comunicações – como seu instrumento mais forte. Mas para isso precisa abastecer com combustível essa desgastada máquina de fazer denúncias e tentar transformar em “crises” e “gafes”, qualquer circunstância menor. Não tem funcionado, mas sendo o seu grande instrumento, de que dispõem completamente, a oposição segue disposta a usá-lo a fundo, até o fim da campanha.

Dilma ainda tem para resolver problemas em vários estados – principalmente Minas, Paraná, Santa Catarina,Pará, Maranhão – cujos arranjos finais podem favorecê-la ou prejudicá-la. Mas mesmo em Minas nada indica que a diferença de votação entre os dois permita recuperar a diferença significativa a favor dela na grande maioria dos outros estados.

Junho demonstrará se o clima de abril ou o de maio dará a tônica da campanha, nos 4 meses que nos separam das eleições.

Ataque a navio matou 19 e não 9; corpos foram jogados no mar

A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, detida por tropas israelenses na ação militar contra embarcações que levavam ajuda humanitária à Gaza na segunda-feira passada, disse que passageiros do barco em que viajava "'viram soldados atirando corpos no mar". Israel sustenta que 9 pessoas morreram no ataque, mas Iara discorda. "Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv."
Iara viajava no barco Mavi Marmara, que foi palco dos episódios de violência que resultaram na morte de nove ativistas. Em entrevista à BBC Brasil, de Istambul, onde chegou nesta quinta-feira de madrugada junto com um grupo de cerca de 450 ativistas deportados de Israel, Iara disse não ter testemunhado as mortes, mas que "outras pessoas que estavam no barco contaram ter visto soldados atirando corpos no mar".

Iara contou que os atiradores de elite do Exército de Israel entraram no principal navio da frota "atirando para matar". Segundo ela, o operador de internet do Mavi Marmara foi morto com um tiro na cabeça.

"Ele estava na sala de operações, perto da ponte, por onde entraram os atiradores de elite. O corpo dele foi encontrado com um tiro na cabeça", disse ela nesta quinta-feira, antes de embarcar para os Estados Unidos, onde vive.

Iara contou que estava embaixo do convés no momento do ataque, mas quando subiu para procurar seu cinegrafista, viu quatro corpos e vários feridos.

"Era muito sangue, eu comecei a passar mal, tive ânsia de vômito e até desisti de procurá-lo." Violência desproporcional Para a cineasta, a violência usada pelas tropas na ação foi desproporcional.

"Nos barcos pequenos, eles usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e armas de choque. Mas no nosso barco, eles chegaram usando munição de verdade", conta.

"Foram atiradores de elite, todos vestidos de preto, armados".

A cineasta contou que a abordagem israelense ocorreu por volta de 04h30 da madrugada, no escuro, e que foi muito rápida.

"Tinha dois barcos da Marinha. Quando a gente piscou apareceram dezenas de barcos de borracha, helicópteros, atiradores de elite descendo no barco. A marca registrada deles é o silêncio, fomos pegos de repente", ela lembra.

Iara acredita que os soldados ficaram assustados com o número de passageiros a bordo - mais de 600 - e que, por isso, ele podem ter optado por uma ação rápida com o objetivo de assumir imediatamente o controle do barco.

"Esperávamos que eles atirassem para o alto, em direção aos nossos pés, para nos assustar. Imaginávamos que eles fossem tentar jogar redes nos nossos motores, deixar a gente à deriva no meio do mar, mas nunca imaginamos isso." Depois da abordagem, as embarcações da tropa foram levadas para o porto de Ashdod, em Israel, com todos os passageiros algemados. "Quando mandaram a gente descer do barco, já tinham jogado todo o conteúdo de nossas malas no chão, estava tudo misturado. Eram roupas, laptops, pijama, escova de dentes, tudo junto." Os ativistas voltaram para a Turquia apenas com a roupa do corpo e seus passaportes. Segundo a cineasta, todas as câmeras, telefones celulares e blackberries foram confiscados pelo Exército. Ela diz que perdeu US$ 150 mil em câmeras e lentes.

Mas Iara disse que os ativistas conseguiram salvar registros do ataque que teriam sido escondidos em peças de roupas.

"A gente conseguiu salvar algumas fitas com imagens do ataque, que costuramos nas nossas roupas e não foram encontradas pelas autoridades israelenses." Iara Lee saiu do Brasil em 1989 e passou 15 anos nos Estados Unidos, onde é radicada. Nos últimos cinco anos, ela morou em diversos países, entre eles Irã, Tunísia e França, onde filmou documentários.

Fonte: www.vermelho.org.br