Terra Bárbara
Jáder de Carvalho
Na minha terra,
as estradas são tortuosas e tristes
como o destino de seu povo errante.
Viajor,
se ardes em sede,
se acaso a noite te alcançou,
bate sem susto no primeiro pouso:
— terás água fresca para sua sede,
— rede cheirosa e branca para o teu sono.
Na minha terra,
o cangaceiro é leal e valente:
jura que vai matar e mata.
Jura que morre por alguém — e morre.
(Brasil, onde mais energia:
na água, que tem num só destino
do teu Salto das Sete Quedas
ou na vida, que tem mil destinos,
do teu jagunço aventureiro e nômade?)
Ah, eu sou da terra do seringueiro,
— o intruso
que foi surpreender a puberdade da Amazônia.
Eu sou da terra onde o homem, seminu,
planta de sol a sol o algodão para vestir o Brasil.
Eu nasci nos tabuleiros mansos de Quixadá
e fui crescer nos canaviais do Cariri,
entre caboclos belicosos e ágeis.
Filho de gleba, fruto em sazão ao sol dos trópicos,
eu sou o índice do meu povo:
se o homem é bom — eu o respeito.
Se gosta de mim — morro por ele.
Se, porque é forte, entender de humilhar-me,
— ai, sertão!
Eu viveria o teu drama selvagem,
eu te acordaria ao tropel do meu cavalo errante,
como antes te acordava ao choro da viola...
segunda-feira, 31 de maio de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
Em Fórum Mundial, Lula prestigia Evo Morales e ironiza "inveja" de Serra
Em momento de descontração logo após a foto oficial de chefes de Estado no 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no saguão do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu abraçado ao boliviano Evo Morales e ironizou os ataques do tucano José Serra ao governo da Bolívia.
"Vamos posar aqui; vamos fazer inveja no Serra", disse Lula ao colega, rindo bastante, em frente aos fotógrafos. De mãos dadas como presidente do Brasil, Evo também riu, mas não comentou a declaração.
Pouco depois, a entrevista coletiva de Morales, que estava agendada para as 16h desta sexta-feira (28), foi cancelada. A jornalistas, o boliviano se recusou a responder a perguntas e deu um palpite sobre a Copa do Mundo: "O Brasil será campeão." O governo da Bolívia divulgou nota para rebater as declarações do tucano.
Antes, em discurso na reunião plenária de cúpula, no início da tarde, Morales foi muito aplaudido: "Precisamos salvar a humanidade e a natureza do capitalismo", defendeu. Para ele, criou-se uma "anticivilização" em que tudo vira mercadoria. "Essa anticivilização está levando à destruição do planeta", discursou.
O presidente boliviano comparou a colonização da América a um "genocídio" e afirmou que a riqueza de civilizações europeias foi construída à custa de "sangue e ouro do nosso continente".
"Uma civilização não se faz com guerras, balas e bases militares. Não haverá paz enquanto não tiver justiça social."
"Vamos posar aqui; vamos fazer inveja no Serra", disse Lula ao colega, rindo bastante, em frente aos fotógrafos. De mãos dadas como presidente do Brasil, Evo também riu, mas não comentou a declaração.
Pouco depois, a entrevista coletiva de Morales, que estava agendada para as 16h desta sexta-feira (28), foi cancelada. A jornalistas, o boliviano se recusou a responder a perguntas e deu um palpite sobre a Copa do Mundo: "O Brasil será campeão." O governo da Bolívia divulgou nota para rebater as declarações do tucano.
Antes, em discurso na reunião plenária de cúpula, no início da tarde, Morales foi muito aplaudido: "Precisamos salvar a humanidade e a natureza do capitalismo", defendeu. Para ele, criou-se uma "anticivilização" em que tudo vira mercadoria. "Essa anticivilização está levando à destruição do planeta", discursou.
O presidente boliviano comparou a colonização da América a um "genocídio" e afirmou que a riqueza de civilizações europeias foi construída à custa de "sangue e ouro do nosso continente".
"Uma civilização não se faz com guerras, balas e bases militares. Não haverá paz enquanto não tiver justiça social."
Juntos na caminhada de lutas e conquistas na educação.
sábado, 29 de maio de 2010
I Festival das Juventudes de Fortaleza.
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A Prefeitura de Fortaleza cadastra, até o meio dia da próxima segunda-feira (31), os profissionais de comunicação que pretendem cobrir o I Festival das Juventudes em Fortaleza – América Latina e as lutas juvenis, no Clube Cofeco (Rua Abreulândia, s/nº, Sabiaguaba). A credencial será em nome da empresa.
Cada empresa receberá credenciais para a equipe de profissionais de acordo com o seguinte limite:
• Televisão: 3 credenciais (equipe composta por 1 repórter, 1 cinegrafista e 1 auxiliar);
• Rádio: 1 credencial (1 repórter);
• Jornal Impresso: 2 credenciais (equipe composta por 1 repórter e 1 fotógrafo);
• Sites, Agências de Notícias, Revistas e correspondentes de veículos nacionais: 2 credenciais (equipe composta por 1 repórter e 1 fotógrafo).
Para participar do evento, os chefes de redação devem enviar a solicitação para o fax (85) 3105.1446 – em atenção à Coordenadoria de Comunicação – ou para o e-mail karllagadelha@gmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email , de preferência em papel timbrado da empresa ou por e-mail institucional.
A entrega das credenciais acontecerá na quarta-feira (02), das 14h às 18h, na Coordenadoria de Juventude, no anexo do Gabinete da Prefeita, localizado à Av. Luciano Carneiro, 2235. Vila União.
Informações:
No site: http://www.fortaleza.ce.gov.br
Provocador e agressivo, Serra volta a atacar a Bolívia
O candidato do PSDB, José Serra decidiu enveredar pelo caminho da provocação. Em entrevista após o lançamento da candidatura do senador Jarbas Vasconcelos, dissidente do PMDB, ao governo de Pernambuco, o tucano voltou a fazer duras acusações ao governo boliviano em relação ao tráfico de drogas. Numa demonstração de pouca educação, nenhuma diplomacia, desdém e desrespeito para com uma nação amiga, disse que a reação da Bolívia às suas críticas não vale uma nota de 3 reais.
Para Serra, a Bolívia "faz corpo mole" e o Brasil precisa pressionar o país vizinho para combater a droga na raiz.
"É impossível a Bolívia exportar 60% ou 70% da sua cocaína para o Brasil sem que o governo lá faça corpo mole", disse Serra. "Combater contrabando é muito difícil, mas é mais fácil combater no país de origem do que no destino".
É a segunda vez que o candidato do PSDB em coligação com o DEM acusa a Bolívia de "cúmplice pelo narcotráfico no Brasil". Serra também lamentou que o presidente Evo Morales seja tratado como amigo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A investida do candidato do PSDB contra o governo boliviano é mais uma demonstração de que a oposição ao presidente Lula não tem bandeira. No desespero, acaba revelando seu caráter reacionário e pró-imperialista. O discurso de Serra se confunde com o dos Estados Unidos, cuja política de combate ao tráfico se confunde com o intervencionismo sobre nações soberanas e a imputação de culpa a movimentos e líderes políticos antiimperialistas. O destempero verbal de Serra para com a Bolívia é também revelador do despreparo do ex-governador de São Paulo para conduzir uma política externa com serenidade.
A América Latina está vivendo um momento de ascenso das forças democráticas e progressistas. A candidatura de Serra revela-se como um instrumento das forças reacionárias para deter as conquistas democráticas e populares, de que é exemplo, entre outras, a gestão do presidente boliviano Evo Morales.
"É impossível a Bolívia exportar 60% ou 70% da sua cocaína para o Brasil sem que o governo lá faça corpo mole", disse Serra. "Combater contrabando é muito difícil, mas é mais fácil combater no país de origem do que no destino".
É a segunda vez que o candidato do PSDB em coligação com o DEM acusa a Bolívia de "cúmplice pelo narcotráfico no Brasil". Serra também lamentou que o presidente Evo Morales seja tratado como amigo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A investida do candidato do PSDB contra o governo boliviano é mais uma demonstração de que a oposição ao presidente Lula não tem bandeira. No desespero, acaba revelando seu caráter reacionário e pró-imperialista. O discurso de Serra se confunde com o dos Estados Unidos, cuja política de combate ao tráfico se confunde com o intervencionismo sobre nações soberanas e a imputação de culpa a movimentos e líderes políticos antiimperialistas. O destempero verbal de Serra para com a Bolívia é também revelador do despreparo do ex-governador de São Paulo para conduzir uma política externa com serenidade.
A América Latina está vivendo um momento de ascenso das forças democráticas e progressistas. A candidatura de Serra revela-se como um instrumento das forças reacionárias para deter as conquistas democráticas e populares, de que é exemplo, entre outras, a gestão do presidente boliviano Evo Morales.
sábado, 22 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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