sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Sempre no combate ao preconceito e a discriminação. Viva Zumbi, João Cândido e tantos mais negros e negras.

Joâo Cândido o Almirante Negro
100 Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão (1988)
Mangueira (RJ)
O negro samba negro joga capoeira
Ele é o rei, na verde e Rosa da Mangueira
O negro samba negro joga capoeira
Ele é o rei, na verde e Rosa da Mangueira, será?
Será que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será, que a lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade, onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço não se esqueça que o negro
Também construiu, as riquezas do nosso Brasil
Moço não se esqueça que o negro
Também construiu, as riquezas do nosso Brasil, pergunte
Pergunte ao Criador,pergunte ao criador quem pintou estaaquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela,
Pergunte ao Criador, pergunte ao criador quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela, sonhei
Sonhei….que Zumbi dos Palmares voltou tristeza do negro acabo
Foi uma nova redenção
Senhor, ai senhor
Eis a luta do bem contra o mal
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial
Senhor, ai senhor
Eis a luta do bem contra o mal
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial
O negro samba negro joga capoeira
domingo, 14 de novembro de 2010
Desejos. Uma do mestre Carlos Drumond.

Desejos
Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
sábado, 13 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Nossa homenagem aos 103 anos de Valdemar Caracas.

Uma lenda viva*
Não podemos chamar a chegada de nenhum ser humano aos cem anos meramente de aniversário. É reduzir demais essa magnífica vitória alcançada por poucos sobre o impiedoso tempo. Não é fácil chegar a essa marca. São cem anos, cem carnavais, cem janeiros. É obvio que as marcas indeléveis do passar dos anos aparecem inevitavelmente, às vezes de forma muito dura. Na maioria das vezes, passamos a não enxergar mais tão bem, a audição a não funcionar como antes e o andar já não é tão lépido como em outros tempos.
Não podemos negar, no entanto que, se o feito por si só já é um grande acontecimento, imagine atingir essa magnânima marca em forma? Isso mesmo, em forma! Mesmo sem os olhos e ouvidos não terem a perfeição de antes, ouvir e enxergar como nunca, por se fazer isso com o coração. Falar com firmeza, porque a voz que vem da alma, marcada pela experiência de tão longeva caminhada dedicada ao trabalho e as paixões, a faz soar como um libelo de exaltação a vida.
Tudo isso agregado a uma lucidez de impressionar e a uma memória de fazer inveja a muita gente na flor da idade, fazem de um homem uma lenda e, o mais interessante: uma lenda viva, vivíssima.
Alguns feitos falam por si. A lenda da qual nos referimos dentre outras peripecias é só, e simplesmente, o fundador do mais simpático time do nosso futebol (ninguém de sã consciência é capaz de contrariar essa afirmação). Aqui, não vou negar, a paixão é comum. O Ferroviário é filho do seu Caracas, que com seus colegas operários ofereceram a humanidade não um time de futebol, mas uma oportunidade rara de sermos felizes em tempos tão cheios de desamor e violência. E não me refiro ao mero e aqui menos importante ganhar ou perder. Aliás, já faz tempo que o Ferrim (ou Ferrão) não ganha nada mesmo. Portanto, não entremos nessa seara. Estamos falando é de paixão!
Não bastando a proeza, o nosso secular cidadão foi também o primeiro treinador a ganhar um titulo estadual para o time da Estrada de Ferro. O Caracol (outra alcunha do centenário homenageado) também é o vereador vivo mais antigo de Fortaleza, fundador do Partido Socialista Brasileiro no Ceará, o mais velho aposentado da previdência do Estado, ex sub-prefeito de Parangaba, primeiro cronista esportivo do Ceará, esposo apaixonado por sua saudosa Anete (in memorian), grande amigo, pai, avô, bisavô, dedicado e carinhoso a todos que privam do seu convívio.
Por tudo dito até aqui, e por muito mais que não cabe neste artigo, rendo as mais profundas homenagens em seu centenário a Valdemar Cabral Caracas: homem comum que transcendeu o anonimato. Não pelo forjado culto individualista e mercadológico a falsas “lendas” e "mitos" criados a cada instante pela sociedade do consumo; mas por trazer na alma a simplicidade, a coerência e a honestidade tão características da nossa gente, tão bem simbolizadas pela sua história que, para nossa alegria, atravessa um século.
Antonio Carlos de Freitas Souza - Professor, radialista, cronista esportivo (membro da Abrace e Apcdec)
*Publicado no jornal O Povo em novembro de 2007 por ocasião dos 100 anos de Valdemar Caracas naquele ano. Resgatamos o texto pela sua atualidade. Onde se ler 100 favor leia-se 103. Vida longa para nosso querido Caracol.
Não podemos negar, no entanto que, se o feito por si só já é um grande acontecimento, imagine atingir essa magnânima marca em forma? Isso mesmo, em forma! Mesmo sem os olhos e ouvidos não terem a perfeição de antes, ouvir e enxergar como nunca, por se fazer isso com o coração. Falar com firmeza, porque a voz que vem da alma, marcada pela experiência de tão longeva caminhada dedicada ao trabalho e as paixões, a faz soar como um libelo de exaltação a vida.
Tudo isso agregado a uma lucidez de impressionar e a uma memória de fazer inveja a muita gente na flor da idade, fazem de um homem uma lenda e, o mais interessante: uma lenda viva, vivíssima.
Alguns feitos falam por si. A lenda da qual nos referimos dentre outras peripecias é só, e simplesmente, o fundador do mais simpático time do nosso futebol (ninguém de sã consciência é capaz de contrariar essa afirmação). Aqui, não vou negar, a paixão é comum. O Ferroviário é filho do seu Caracas, que com seus colegas operários ofereceram a humanidade não um time de futebol, mas uma oportunidade rara de sermos felizes em tempos tão cheios de desamor e violência. E não me refiro ao mero e aqui menos importante ganhar ou perder. Aliás, já faz tempo que o Ferrim (ou Ferrão) não ganha nada mesmo. Portanto, não entremos nessa seara. Estamos falando é de paixão!
Não bastando a proeza, o nosso secular cidadão foi também o primeiro treinador a ganhar um titulo estadual para o time da Estrada de Ferro. O Caracol (outra alcunha do centenário homenageado) também é o vereador vivo mais antigo de Fortaleza, fundador do Partido Socialista Brasileiro no Ceará, o mais velho aposentado da previdência do Estado, ex sub-prefeito de Parangaba, primeiro cronista esportivo do Ceará, esposo apaixonado por sua saudosa Anete (in memorian), grande amigo, pai, avô, bisavô, dedicado e carinhoso a todos que privam do seu convívio.
Por tudo dito até aqui, e por muito mais que não cabe neste artigo, rendo as mais profundas homenagens em seu centenário a Valdemar Cabral Caracas: homem comum que transcendeu o anonimato. Não pelo forjado culto individualista e mercadológico a falsas “lendas” e "mitos" criados a cada instante pela sociedade do consumo; mas por trazer na alma a simplicidade, a coerência e a honestidade tão características da nossa gente, tão bem simbolizadas pela sua história que, para nossa alegria, atravessa um século.
Antonio Carlos de Freitas Souza - Professor, radialista, cronista esportivo (membro da Abrace e Apcdec)
*Publicado no jornal O Povo em novembro de 2007 por ocasião dos 100 anos de Valdemar Caracas naquele ano. Resgatamos o texto pela sua atualidade. Onde se ler 100 favor leia-se 103. Vida longa para nosso querido Caracol.
domingo, 7 de novembro de 2010
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